Manipulação das Big Techs na Política: no Brasil e Mundo
Saiba como as Big Techs manipulam eleições, opiniões e decisões políticas no Brasil e no mundo. Entenda o impacto real dessa influência na sua vida.
5/20/20256 min read


Big Techs e Política: A Influência Digital que Molda Democracias e Liberdades
Introdução
A tecnologia molda nossas vidas de forma invisível, porém profunda. As Big Techs — como Google, Meta (Facebook, Instagram), Amazon, Apple, Microsoft e X (antigo Twitter) — são muito mais do que empresas: são forças globais que interferem diretamente na política, no comportamento social e até na democracia. No Brasil e no mundo, seu poder ultrapassa instituições tradicionais, como partidos políticos, igrejas e governos.
Por meio de algoritmos sofisticados, essas corporações controlam o que vemos, pensamos e até em quem votamos. Seu alcance transcende fronteiras, regula narrativas e silencia vozes. Este artigo examina, com profundidade e responsabilidade, essa influência no cenário político brasileiro e global, os riscos envolvidos, casos concretos e as implicações para a fé, a liberdade e o futuro das democracias.
1. O que são as Big Techs e por que elas importam na política?
As Big Techs são as gigantes da tecnologia com alcance global: Google, Apple, Meta, Amazon, Microsoft e X. Elas operam plataformas e ferramentas utilizadas diariamente por bilhões de pessoas, desde mecanismos de busca, redes sociais, sistemas operacionais até marketplaces e, mais recentemente, inteligências artificiais generativas.
O que torna essas empresas tão poderosas é o controle sobre dados, algoritmos e comunicação digital. Ao decidir quais conteúdos aparecem ou desaparecem das telas, definem quais ideias circulam e quais são silenciadas, seja direta ou indiretamente.
Na esfera política, isso representa interferência em campanhas eleitorais, formação da opinião pública, manipulação de informações e direcionamento do comportamento dos eleitores.
2. De que maneira as Big Techs moldam o debate político?
A influência política das Big Techs se manifesta em diversas frentes:
Algoritmos de recomendação: Favorecem determinados conteúdos enquanto silenciam outros, moldando a percepção dos usuários.
Moderação de conteúdo: Perfis e páginas são removidos ou desmonetizados sem critérios claros e transparência.
Controle de anúncios e impulsionamento: Campanhas políticas dependem de anúncios que seguem regras estabelecidas pelas próprias plataformas, que podem ser arbitrárias.
Um exemplo emblemático ocorreu nas eleições dos Estados Unidos em 2016, com o escândalo Cambridge Analytica, quando milhões de dados pessoais foram usados para manipular eleitores. No Brasil, eventos semelhantes ocorreram nas eleições presidenciais de 2018 e 2022, além dos episódios de 8 de janeiro de 2023.
3. O caso brasileiro: quando a política se torna refém da tecnologia digital
No Brasil, as Big Techs operam com ampla liberdade e pouca regulação efetiva. Isso tem permitido crescente interferência nos temas políticos, sociais e religiosos.
Entre os casos recentes, destaca-se a disputa entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF), quando o dono da plataforma X desafiou decisões judiciais brasileiras sobre remoção de conteúdo, levantando a questão central: quem exerce o controle no país — as instituições nacionais ou as plataformas globais?
Outros exemplos relevantes incluem:
Desmonetização de canais conservadores ou religiosos sem justificativas claras.
Bloqueios seletivos de conteúdos, variando conforme o contexto político.
Ausência de critérios objetivos para remoção de vídeos no YouTube, principalmente sob a alegação de “desinformação”, conceito muitas vezes subjetivo.
Esses fatos evidenciam que as Big Techs não agem como agentes neutros, mas com decisões que impactam diretamente a democracia brasileira.
4. Religião, valores e censura algorítmica
Um ponto delicado é o efeito das Big Techs sobre o discurso religioso. Líderes cristãos, canais e movimentos que promovem valores familiares enfrentam crescentes barreiras, como:
Redução de alcance sem explicações transparentes.
Desmonetização de conteúdos que abordam temas morais ou espirituais.
Classificação de conteúdos religiosos como “sensíveis” ou “desinformativos”.
Essa dinâmica interfere na liberdade religiosa e na participação democrática de grupos de fé.
Além da censura direta, há o chamado shadow banning, quando conteúdos são ocultados sem que os produtores percebam, reduzindo engajamento e visibilidade.
5. Interferência política global: ameaça à soberania nacional
O poder das Big Techs é internacional e transcende fronteiras, influenciando eleições, protestos, discursos e narrativas em todos os continentes. Alguns casos emblemáticos são:
Índia: restrições de conteúdo durante conflitos religiosos.
Estados Unidos: bloqueio da conta presidencial em exercício.
França e Alemanha: regulação rigorosa da desinformação, gerando embates com as plataformas.
Nigéria: suspensão do Twitter por decisão governamental após censura a autoridades.
Esses episódios demonstram que estamos diante de uma nova forma de poder supranacional, que escapa do controle democrático tradicional.
6. O risco da engenharia social digital
Por trás dessa estrutura está a engenharia social digital: uso de dados, algoritmos e psicologia comportamental para influenciar ações humanas em larga escala.
As Big Techs sabem o que consumimos, sentimos e buscamos — e até o que evitamos. Isso permite personalizar experiências e, potencialmente, manipular comportamentos.
Na política, o argumento ou convencimento tradicional perde espaço para a capacidade de moldar o ambiente informacional do indivíduo, oferecendo uma única narrativa e bloqueando outras alternativas.
7. O Projeto de Lei das Fake News e a tentativa de regulação
Diante desse cenário, diversos países tentam criar legislações para regular o poder das Big Techs.
No Brasil, o Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/2020) visa responsabilizar plataformas por conteúdos ilícitos, exigir transparência e impedir abusos. Porém, é um tema polêmico: para alguns, representa censura estatal; para outros, é fundamental para proteger a democracia.
Na União Europeia, o Digital Services Act (DSA) e o AI Act buscam definir limites para o uso de algoritmos, inteligência artificial e publicidade política.
Estamos, assim, numa encruzilhada: regular o poder digital ou tornar-se refém dele?
8. O que podemos fazer como cidadãos e cristãos?
Diante deste quadro complexo, o cidadão — especialmente o cristão engajado — deve adotar posturas conscientes:
Consumir conteúdo com espírito crítico.
Apoiar meios de comunicação independentes e transparentes.
Pressionar por clareza e responsabilidade nas redes sociais.
Evitar dependência exclusiva de uma única plataforma.
Promover pluralidade de ideias e valores.
Além disso, investir em educação digital e ética é fundamental para formar pessoas capazes de compreender que a “verdade” apresentada pelas plataformas nem sempre é neutra, justa ou completa.
9. Perguntas Frequentes (FAQ)
1. O que são Big Techs e qual é seu impacto na política?
As Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam plataformas digitais globais, como Google, Meta, Amazon, Apple, Microsoft e X. Seu impacto na política ocorre por meio do controle de dados, algoritmos e moderação de conteúdo, influenciando a opinião pública, campanhas eleitorais e a circulação de informações.
2. Como as Big Techs controlam o que vemos nas redes sociais?
Por meio de algoritmos sofisticados, as plataformas selecionam e priorizam conteúdos que geram maior engajamento. Isso pode favorecer certas narrativas e silenciar outras, moldando a percepção do usuário de forma muitas vezes invisível.
3. A atuação das Big Techs pode ameaçar a democracia?
Sim. Quando plataformas digitais interferem na livre circulação de informações e manipulam o ambiente político sem transparência ou regulação adequada, podem comprometer processos democráticos, como eleições e o debate público.
4. Existe regulação eficaz sobre as Big Techs no Brasil?
Atualmente, a regulação é limitada e em desenvolvimento. O Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/2020) é uma tentativa importante, mas ainda enfrenta debates sobre sua eficácia e possíveis riscos à liberdade de expressão.
5. O que é shadow banning e como ele afeta o discurso religioso?
Shadow banning é a prática de ocultar ou reduzir a visibilidade de conteúdos sem informar diretamente o usuário. No contexto religioso, pode restringir o alcance de mensagens e canais que abordam temas morais ou espirituais, impactando a liberdade religiosa.
6. Como os cidadãos podem se proteger da manipulação das Big Techs?
É fundamental consumir informações com espírito crítico, diversificar fontes de notícias, apoiar veículos independentes, exigir transparência das plataformas e participar ativamente do debate sobre regulação digital.
7. Qual o papel dos cristãos diante desse cenário?
Os cristãos podem promover a ética digital, incentivar a educação crítica na fé, dialogar sobre os riscos da manipulação e defender a liberdade religiosa, sem abrir mão do compromisso com a verdade e o respeito ao próximo.
Conclusão
As Big Techs deixaram de ser meras empresas para se tornarem atores políticos globais com enorme poder. Elas moldam o que vemos, pensamos e decidimos. No Brasil, já interferem em eleições, censuram discursos religiosos e definem o que pode circular — tudo isso sem mandato, sem eleições e sem prestação de contas.
É essencial manter vigilância, fomentar o debate e agir. A tecnologia deve ser ferramenta, não senhor. A democracia requer pluralidade; a fé, liberdade; e a cidadania, consciência. A nós cabe resgatar o controle sobre o futuro digital e político antes que seja tarde demais.
Autor: Aldemir Pedro de Melo
Data de Publicação: 3 de julho de 2025
Publicado em: Religião na Política
Análise
Explorando a relação entre fé e política.
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