Israel: Povo Escolhido de Deus na Bíblia e Apocalipse

Israel: Povo Escolhido de Deus – Versículos Bíblicos do Apocalipse (Ap 7:4-8; 12:1-6) e a Guerra Profética

7/7/20255 min read

Israel: Entenda por que é considerado o povo escolhido de Deus

Israel, o povo escolhido, refere-se ao povo que a Bíblia apresenta como destinatário das promessas de Deus. Não se trata apenas do Estado moderno, mas de uma identidade espiritual que desafia cristãos a distinguir fé, amor e justiça da política e conflitos atuais.

A ideia de Israel como “povo escolhido de Deus” permeia sermões, debates nas redes sociais e até estratégias de campanha eleitoral. Mas será que essa designação bíblica continua válida nos dias de hoje? E mais: o atual Estado de Israel representa esse povo bíblico?

É hora de separar mito de realidade, fé de ideologia e, principalmente, entender como os ensinamentos de Cristo podem — e devem — iluminar nossas opiniões sobre guerras, alianças políticas e justiça no mundo moderno.

Israel: A Origem Bíblica e por que é o Povo Escolhido de Deus?

Você já se perguntou por que a Bíblia chama Israel de “povo escolhido”? Esse título tem fundamentos claros no Antigo Testamento, principalmente em passagens como Deuteronômio 7:6 e Êxodo 19:5:

"Tu és um povo santo para o Senhor, teu Deus; o Senhor te escolheu dentre todos os povos da terra para ser o seu povo precioso." — Dt 7:6

Mas o que significa ser escolhido por Deus? A ideia não se resume a privilégios; trata-se de responsabilidade espiritual e ética. Veja os pontos principais:

  • Missão espiritual: Israel foi chamado para representar o caráter de Deus entre as nações e servir como exemplo moral (Isaías 49:6).

  • Fidelidade à aliança: Ser o povo escolhido exigia viver de forma justa, compassiva e fiel à lei divina.

  • Consequências da desobediência: A eleição divina trazia deveres, e não imunidade. Profetas alertavam que a infidelidade geraria juízo.

  • Exemplo histórico: Desde Abraão, passando por Moisés e os profetas, Israel manteve sua identidade como nação com propósito espiritual específico.

  • Legado cultural e religioso: A noção de povo escolhido moldou tradições, práticas e a compreensão

    da relação entre Deus e o povo de Israel ao longo dos séculos.

Portanto, ser o povo escolhido não significava apenas receber bênçãos; significava assumir

responsabilidades, servir de exemplo ético e manter a fidelidade à aliança divina, princípios que continuam a definir a identidade de Israel até hoje.

Israel no Novo Testamento: Uma Nova Definição de Israel

Com a chegada de Jesus, o conceito de povo escolhido passa por uma profunda transformação. Paulo ensina, em Gálatas 3:28:

"Em Cristo não há judeu nem grego (...) todos sois um em Cristo Jesus."

Ou seja, a fé, e não a descendência étnica, passou a ser o critério de pertencimento ao povo de Deus. A Igreja — formada por judeus e gentios — se torna o novo Israel espiritual (Romanos 9:6-8).

Jesus, em seus confrontos com líderes religiosos, rejeitava a ideia de que herança sanguínea garantia favor divino. Em João 8:39, diz:

“Se vocês fossem filhos de Abraão, fariam as obras de Abraão.”

A nova aliança em Cristo rompe fronteiras étnicas e territoriais. Ser o povo de Deus agora é questão de fé e obediência, não de passaporte.

Israel: Estado Moderno vs. Aliança Bíblica

O atual Estado de Israel foi criado em 1948, após o Holocausto e intensas negociações políticas. Trata-se de uma nação moderna, com governo laico, exército, partidos e interesses geopolíticos.

Confundir esse Estado com o Israel bíblico é um erro teológico comum, mas grave. A Bíblia não autoriza apoio cego a governos. Mesmo os reis de Israel foram severamente julgados pelos profetas quando erravam.

A tentativa de justificar políticas atuais com textos milenares desrespeita o contexto bíblico e transforma a fé em ideologia.

Israel: Violência e Espada — O Que Jesus Realmente Disse?

Em Mateus 10:34, Jesus diz:

"Não vim trazer paz, mas espada."

Esse versículo é frequentemente mal interpretado. A espada de Jesus não é militar, mas espiritual e simbólica — representa a divisão que sua mensagem causa, inclusive dentro de famílias.

Nos evangelhos, Jesus consistentemente prega o amor ao inimigo (Mateus 5:44), o perdão (Mateus 18:22) e a renúncia à vingança. Quando Pedro tenta lutar para defendê-lo, Jesus ordena:

“Guarda a tua espada, pois quem com ferro fere, com ferro será ferido.” — Mt 26:52

A fé cristã é pacificadora, não bélica. Seu chamado é à reconciliação, não à guerra santa.

Israel: Fé Não é Ferramenta Política

Na política moderna, a religião frequentemente é usada como escudo ideológico. Governos, líderes e até pastores usam versículos para justificar ações militares, preconceitos e projetos de poder.

Esse uso seletivo da Bíblia contraria o ensino de Cristo e distorce o Evangelho. Somos advertidos, em 1 João 4:1:

"Amados, não creiam em todo espírito, mas provem se os espíritos são de Deus."

A fé não pode ser reduzida a slogan de campanha. Cristo não morreu para criar alianças eleitorais, mas para formar um povo justo, misericordioso e humilde.

Apoiar Israel x Ser Cúmplice de Injustiças

Amar o povo judeu e reconhecer a dor histórica do Holocausto é cristão e necessário. Mas isso não obriga o cristão a apoiar incondicionalmente o governo de Israel em suas ações militares ou políticas.

Palestinos — inclusive cristãos — também sofrem. Crianças morrem, famílias são desalojadas, injustiças acontecem dos dois lados. A empatia e o clamor por justiça não devem ter bandeira.

Miquéias 6:8 é um resumo da ética cristã:

“O Senhor te mostrou o que é bom: praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente com teu Deus.”

Perguntas Frequentes (FAQ)

Israel ainda é o povo eleito?
Sim, mas não exclusivamente. Em Cristo, todos os que creem fazem parte do povo de Deus — judeus e gentios. A promessa foi ampliada (Efésios 2:14-18).

Cristãos devem apoiar todas as ações de Israel?
Não. Apoiar a paz e a justiça não é sinônimo de concordar com abusos. A crítica bíblica é saudável e necessária.

Deus apoia guerras modernas?
As guerras bíblicas ocorreram em contextos únicos. O Novo Testamento condena a violência e exalta o amor como caminho (Romanos 12:18-21).

Ser contra políticas de Israel é ser contra Deus?
De forma alguma. Ser crítico não significa ser antissemita ou anticristão. Significa amar com maturidade e responsabilidade.

Perspectivas Futuras: O Desafio da Coerência Cristã

O cristão contemporâneo vive uma encruzilhada: equilibrar compaixão, verdade e discernimento em meio a uma guerra de narrativas. O desafio é evitar o maniqueísmo — Israel bom x Palestina má — e enxergar com os olhos de Cristo.

As redes sociais amplificam paixões, mas a cruz de Cristo exige lucidez, humildade e compromisso com a paz.

Conclusão: A Espiritualidade Acima da Ideologia

O tema Israel e a fé cristã é profundo, delicado e muitas vezes desafiador. Ainda assim, a Bíblia nos lembra que a verdadeira fidelidade a Deus se revela no amor, na justiça e na misericórdia.

Não somos chamados a formar alianças políticas, mas a viver o Reino de Deus — um Reino que não se ergue com armas, mas com compaixão; que não impõe, mas acolhe; que não separa, mas restaura. Que cada ação nossa seja um reflexo desse Reino, transformando o mundo pelo cuidado, pelo perdão e pela solidariedade.

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Ser cristão é ser pacificador, mesmo em tempos de guerra.

📅 Publicado em: 25 de julho de 2025
✍️ Autor: Aldemir Pedro de Melo
🔗 Blog: Religião na Política
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